terça-feira, 28 de abril de 2009

Devaneios


Olho para o ponto fixo em minha memória
Quantos invernos mais ficarei aqui?
Vejo duas estrelas cadentes
Brilham, prometem, apagam-se
Olhos de chama frívola
Fonte que me bebe sem piedade.
Peço, clamo por devaneios mais sãos
Prometes, não cumpres
Não há culpados, só o brilho e o frio
O fogo já não arde
Só cinzas e uma fagulha eterna.


Fernanda Dávila [meu heterônimo rsrs]

15/08/08

terça-feira, 21 de abril de 2009

O dogma

Pode ser que eu fuja da eternidade
Pode ser que eu tenha medo.
Que a luz lá de fora,
a luz que me cega, seja a morte.
Mão não é. Não é a morte é a dor.
É covardia.

Há um olhar descrente que poetiza,
na mais alta montanha de mim.
Um sorriso irônico que se ri convulsivamente.
Ri das flores de mim.

Eu tenho braços curtos, mãos pequenas.
Sou fraca e inútil.
A eternidade não mora em mim.
Pudera eu ter forças para cativá-la.
Pudera eu ter fé.

[poesia; Thamiris Oliveira de Araujo, 20 de abril de 2009]