terça-feira, 3 de agosto de 2010

A Manhã

Nossos corpos, uma manhã
Despertamos para ansiar o dia
Impuros. Um quadro torto.
A face, os membros e a língua
Tudo atravessado por dentes e lábios
Que de juventude e sonhos preferimos não
O não saber, não dizer, só estar.
O não-dito dizendo sinceras elegias
A lástima do nascimento do novo
Em receoso buraco.

E era uma bela manhã de julho.
E fechava o mês
E abria caminhos
E reticenciava sentimentos.