terça-feira, 14 de junho de 2011

Dia dos namorados

De mãos dadas
vislumbramos as luzes da cidade
Meu olhar caminha pelas luzes
Você olha para mim
Com a boca toca minha face
Com os dedos cafuné
A noite brilha, quer ser especial
No mar a luz amarela dos postes desenha
No céu uma lua cheia de mistérios
Comento sentir falta das estrelas do céu
Encobertas pelas estrelas do homem
Lembro-me que na vida há sempre uma perda.


Tento não me assustar com o caloroso afago
Tento não ver as luzes a se dissipar
Dentro de mim a conhecida escuridão
Transforma a praia em precipício
É a volta da outra que também sou eu
Me pergunta: "como se sabe quando acaba o luto?“
A morte de um sentimento é como a morte de um filho.
E você ainda ao meu lado
Me aperta forte contra o peito
Emudeço
A poesia de mim se esvai
Já não sei mais abraçar forte
Já não sei entrelaçar dedos
Já nao tenho palavras doces
Só beijos de espinhos
Mas sinto.

Sinto saudades do que não vivi
Sinto tristeza pelo que não perdi
Sinto medo do que é bom
Sinto o contrário dos sentimentos
E sinto profundamente a angústia por sentir demasiado
Tanto que de pronto me despiria
Dos sentires todos se assim pudesse
Mas não posso
Sou o presente de um passado
Sinto, logo existo.