_ Ah, eu
te amo tanto.
Suspiros,
silêncio, olhares
_ Mas,
sabe, isso me dá... medo.
_ Medo?
Ao contrário! Isso me dá coragem.
Medocoragem,
e eles são dois. Dois corpos unidos, dois sentimentos opostos.
Ela
tem medo de, ao se entregar, se perder. Perder-se nele, transformar-se em outra.
Hoje é um alguém de outro alguém, e isso é uma novidade. Aprendeu a lidar, pois
percebia que já era sinceramente dele, e não queria negar, não, dessa vez ela se
afirmava nisso. Ela dele, ele dela. Achava natural, muito humano esse instinto
de possuir e se doar. Mas uma questão lhe vinha à mente: Quanto
tempo dura a eternidade do amor?
Ele
sente coragem. Ao se imaginar daqui a 15 anos, ela é a certeza, estará ao lado
dela. E por tê-la consigo sabe que estará bem, pois ela é sua maior alegria. O
porto seguro para os dias difíceis, o afago dos problemas, o cobertor no frio.
Ele sente coragem para viver nesse mundo incerto e ainda formar família, ter
filhos, ter netos. Um amor construtor que quer planejar, dividir, realizar
sonhos juntos.
Por vezes, ao longo dos anos, era ela a da
coragem e ele o do medo. Também eram harmonia, ciúmes, cumplicidade, paixão.
Dois seres humanos se amando. Vulneráveis e fortes. Afinal, amor "é um
cuidar que ganha em se perder". Perder-se de si, encontrar-se no outro.
Que lindo texto, Thamiris!
ResponderExcluirEssa "coisa" do amor é mesmo assim, medo, coragem, coragem, medo... Muitas vezes, mais medo que coragem. Mas, no fim das contas, é exatamente assim como você escreveu muito bem: "Também (...) harmonia, ciúmes, cumplicidade, paixão. Dois seres humanos se amando. Vulneráveis e fortes. Afinal, amor 'é um cuidar que ganha em se perder'. Perder-se de si, encontrar-se no outro."
;-)
Gostei do final desse. Curioso é que há um conto meu um pouco parecido, só que uma personagem não consegue responder a outra se a ama.
ResponderExcluir*à outra
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