terça-feira, 4 de novembro de 2014

Beijo

Ele sentia um formigamento em suas extremidades. Seu corpo todo o impulsionava para frente, pulsava, enrijecia-se . Mas, hesitava, havia de esperar por algo nela que sinalizasse a sua investida.

Ela, por sua vez, não queria parecer muito atirada. Ora, ela queria era devorar aquele momento, entrar nele feito água, feito a sua saliva quente entrava pela sua garganta apertada agora. Toda ela se enchia de ar em breve leviandade. Ruborizou-se.

Era o sinal. Ele correu com o lábios para sua bochecha morna. Esfregavam-se queixos e amassavam-se narizes. Dois rostos se conheciam. Encontravam o encaixe, afinal.

Um comentário:

  1. Oi... moça, nem sabia que meu blog ainda estava "aqui" (osanjosestaocaindo.blogspot.com) e por acaso fui olhar e vi que tem comentários lá que nunca respondi, pois não havia visto. Enfim, com uns dez anos de atraso: obrigado pelas leituras e palavras. Gostei desse, bem equilibrado, digamos, na maneira como cada um "vê/sente" o momento. Tenho esse blog agora: http://obviousmag.org/longe_do_esteril_turbilhao_da_rua/ e também publico textos no Instagram: Rabisco_rascunho. Caso veja essa mensagem: fica na paz ��

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