sexta-feira, 5 de março de 2010

Lamentação.



Em nuvens cor de ébano os anjos se tocam.
Miram-me, provocam.
Proclamam com suas trombetas douradas o meu jugo.

__ Eu não sou senhor de mim. Eu me rendo. Eu me vendo.
Em seus olhos não há compaixão, mas volúpia.
__ Já para o túmulo, onde a carne podre fica.

Caminho para o túmulo. Não há mais túmulo.
Apodreço no fogo morto de um desgosto eterno.

Joana Vogst. (24/02/2010)

6 comentários:

  1. NOssa! Tão denso!
    Gostei! :)

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  2. Denso é a palavra. Forte como a autora! Vc cresce cada vez mais como escritora amiga!

    Beijoo

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  3. Os olhos da Reprovação jazem na mente de quem manda. Se os anjos a queimam com seus olhos fulminantes, literalmente vá para o inferno (falando do seu eu-lírico, é claro) e continue a fazer as mesmas coisas lá. Mas agora com a certeza de que os olhos não mais a provocarão, e sim a desejarão, pois nos olhos do reprovador jaz o desejo e nele jaz a vida.
    Belo texto, daqueles que a gente não sabe se entendeu ou se ta falando besteira no comentário.
    Enfim, parabéns, Thami!
    Beijos!

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  4. ps: o meu código de confimação do post foi "liana" uhauhauhaa... eh um sinal!!

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  5. amiga, seu blog tá mto legal..
    só coisa linda!!

    bjs ;*

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  6. "fogo morto de um desgosto eterno"

    desgosto íntimo ou necessário?
    Ah, nessa situação não faz tanta diferença...qnd o desgosto se mostra presente o que nos resta é fazer do nosso presente algo totalmente diferente daquilo que já é previsto por muitos-certas horas, até por nós!

    Gostei da lenidade como aborda cada entrelinha.



    Por favor, venha participar da nossa comunidade no orkut (sim, esta também pertence à ti)

    http://www.orkut.com.brMain#Community?cmm=96229629

    Icontáveis abraços.

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