quinta-feira, 1 de abril de 2010

A carta esquecida que nunca enviei


Dos verbos que conjuguei sempre quis ser sujeito ativo. Não prever sua influência foi um erro. Na minha mente, você: um objeto, aqui e ali, sempre perto, tão indireto. Dos verbos que conjuguei, ah, tantos foram regenciados por você. Saiba que sorri, escrevi, abracei, fugi, rasguei, esqueci, reli, chorei, gritei, fui, voltei. Amei, eu amei tanto. Venho lhe dizer que faltou um verbo, você percebe? Acredite, esse verbo tem o poder de conferir sentido aos demais ou fazer desmoronar tudo sobre nós. Ora sempre haverá duvidas e, talvez, ressentimentos. Observei toda essa parte de minha vida com cautela até aqui, mas não a vivi. Não se vive uma história de amor sozinho, afinal. Nós não vivemos a nossa, nunca. O verbo que nos falta: viver. Viver um amor é difícil, eu sei. Requer dois sujeitos unificados, sintonizados. Mas me cansei de amar em vão.
Sintaxe meu complemento, pois hoje eu quero te amar absurdamente, pra valer. Vamos viver a história que começamos a pincelar há tantos anos atrás? Pode resultar em um quadro ou em uma grande exposição. Saberemos amanhã.

Thamiris Araujo. 22/10/2008

4 comentários:

  1. Amigah, tá mandando muito bem ein! rsrs
    Adorei!

    =****

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  2. Pra me seguir.. é do lado esquerdo.
    Tem o perfil, aí em baixo tem arquivo, marcadores, lista de blogs e por fim: seguidores!

    segue lá!
    =***

    Ahhh.. e ouve "pés cansados", lá no post tem o link pra download.

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  3. Tem cartas que o nosso coração insiste em querer enviar, mais nossa razão não obedece! Que lindas palavras!
    Um beijo da Ju

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  4. oi moça!, gostei bastante da ideia do texto e dele, claro!, pena é essa dificuldade de encontrar um par que queria conjugar o mesmo verbo que nós.
    sobre os textos, tenho me divertido, o que acho o melhor de tudo. e ontem, hoje (espero que amanhã e depois) vou postar dois pro dia, inéditos.
    beijins e obrigado pelos elogios!

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